sábado, 26 de setembro de 2009

Testes I

Andei gastando um pouco de meu tempo realizando alguns testes e postarei o resultado de alguns aqui...

Que gênio louco você é?





Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia




http://www.geocities.com/area51/shire/9828/kubrick.html

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Requiem: Memórias


Por uma dessas insones madrugadas ocorreu-me de passear nos vales sombrios de minhas memórias. Deixei-me envolver pela atmosfera noturnal e ao encontrar o defunto de um velho Sonho, a música me fez sufocar. Sentia como se o meu coração fosse esmagado à uma pressão gigantesca, impedindo meus pulmões de impelir o ar. Ao olhar e sentir o cadáver, uma das sensações mais inexplicáveis se apoderou de mim. Eu o contemplava ali, imóvel. Uma vulgar lembrança de um Sonho vivaz e impetuoso que caminhara comigo há não muito tempo. Era possível ver em seu semblante, mesmo, naquele momento, estático e carcomido, a sua aparência juvenil. Transcendi à primavera de meus sonhos, ao momento e ao lugar onde pude reviver toda essa estranha felicidade. Ali eu confrontei meu eu quando no vigor da paixão. Ali o vulto de meu Sonho, com seu semblante encorajador, apontava-me o rosto mais belo e misterioso que já cruzou meu caminho. Eu pude ver meu coração negando-se a qualquer custo a admitir o que sentia. Mãos hábeis, olhos profundos. Ainda todo o ambiente podia se fazer sentir facilmente, e frente a esse estímulo o choro bateu à porta de minha garganta. Ora queria deixá-lo fluir e lavar a minha desgraça, ora o prendia para que outros sonhos não desmoronassem juntamente com ele. Ainda toda a felicidade e dor se apresentavam ante minha presença, fazendo meu espírito comover-se de maneira tão sublime que não seria possível detalhar. Como que querendo despertar, forcei meus olhos até abrí-los novamente. Minhas mãos seguravam firmes as mãos do cadáver de meu Sonho. "Cante para mim, cante para mim!" eu repetia enquanto o chacoalhava. Era como a sensação da esperança de ver seus olhos a abrir-se, mas os vermes já estavam a caminho de consumí-los totalmente. E por longo tempo fiquei ali. Imobilizado...

Não lembro qual foi a última vez que o olhei, nem tenho certeza se será a última de fato. Sei apenas que um túmulo está sendo cuidadosamente edificado para seu descanso eterno...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Rosto de Vidro


Guardei os meus punhos cerrados
Sob as mangas de minhas dúvidas
Sob as pálpebras de um olho ferido
Como um frágil espelho de vidro
Rejeitei o meu rosto quebrado

Estranhos e frios são meus passos
Se fazem ouvir entre as tumbas
Sussurrantes, os pés andarilhos
Elegante marchante acabado
Talvez louco, cansado e errante
Entre um ermo de arbustos esparsos

Entre sebes noturnas, cobertas de brumas
Levanto a voz em um brado:
'Ouçam os montes e os seus viajantes:
Não ousem seguir os meus passos.
Deixe que o tempo e suas constantes
Separem os nossos espaços."

Direi à solidão que me acompanhe
Que possa guiar-me entre os montes
Que afaste-me todos os homens
E as suas mentiras marcadas
E ao fim de toda a jornada
Eu possa encontrar-me em honra
A erguer meu olhar triunfante
A cantar o meu hino velado

Abri os meus punhos feridos
Sob as bordas de minhas túnicas
Sob os olhos agora cerrados
Relembrei o espelho quebrado
Revelei o meu rosto de vidro