sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mantenha distância!

Olhe para mim agora, desequilibrado, sangrando. Patética demonstração de como tentar expelir a dor. Mas a dor é real.

O homem me olha com olhar de reprovação, como se a culpa fosse toda minha. Mas eu me sinto apenas uma criança, eu não sei de nada ainda. Eu fico aqui trancado, eu tento dialogar, mas seu coração é rocha inabalável. Ah, como tem me ferido! Seus grilhões ainda me atormentarão por muitas décadas, mesmo depois de sua partida.

E a mulher ficou lá, mas eu não sei decifrar tal imagem. Não sei quem ela é. Sei que veio despejando seu veneno na estrada e eu o homem estamos todos doentes. Mas o vômito engasga e não sai. Quem é essa mulher? Por que nunca sei como agir?

Andando de um lado para outro, o coração parece ganhar vida, vida que eu nunca tive... Vida que só se faz presente perto da morte. Quanto peso não me seria aliviado se alguém carregasse comigo este fardo?

Tudo nesta prisão é tão familiar.